Efeito de bioterápico na eosinofilia durante a SLMV experimental
Abstract
O Toxocara canis (Tc) é um parasito pertencente ao filo Nematódeo que possui como hospedeiro definitivo os cães. O homem é hospedeiro paratênico e contamina-se acidentalmente ao ingerir ovos contendo larvas infectantes (L3) do parasito, as quais são liberadas e atravessam a mucosa intestinal, atingem a circulação. Durante este processo migratório, antígenos de excreção e secreção (TES) são liberados provocando intensa reação inflamatória, do tipo Th2, caracterizando a síndrome, denominada Larva Migrans Visceral (SLMV). As principais características desta doença crônica são as eosinofilias sanguínea e tecidual persistentes. Desse modo, torna-se importante a busca por terapias que contribuam com a redução dos quadros inflamatórios com intensa eosinofilia. Assim, o uso deste bioterápico, produzido a partir do extrato antigênico de ovos e larvas de (Tc), e seu efeito no recrutamento de leucócitos totais, células mononucleares e eosinófilos no sangue, para o espaço broncoalveolar e para a cavidade peritoneal de camundongos infectados pelo (Tc) foi investigado. Foram utilizados camundongos fêmeas (Swiss), divididos nos grupos: Controle (C), Infectado (Tc), Imunizado (Im+Tc) e Tratado (Tc+Bio). Os animais Tc, Im+Tc e Tc+Bio receberam 500 ovos/animal por gavagem. Posteriormente, os animais foram eutanasiados no 18º dia da infecção e o número das células nos compartimentos foi determinado. Os resultados obtidos demonstraram que, Im+Tc, assim como nos Tc+Bio tiveram redução significativa dessas células nos compartimentos analisados quando comparados grupo Tc. Assim, sugeriu-se que a bioterapia modulou negativamente o recrutamento de células inflamatórias, principalmente eosinófilos no sangue, pulmão e intestino demonstrando um potencial anti-inflamatório desse bioterápico na SLMV experimental.