Interações Medicamentosas Potenciais em Pacientes de Unidades de Terapia Intensiva
Abstract
O objetivo do estudo é determinar a frequência de interações fármaco-fármaco em prescrições de pacientes internados em unidades de terapia intensiva e analisar os fatores associados relativos à farmacoterapia e ao paciente. O estudo descritivo transversal foi realizado em dois hospitais de ensino da região centro oeste do Brasil. As interações medicamentosas potenciais foram identificadas nas prescrições do primeiro dia (24 horas) e do quinto dia (120 horas) de internação empregando o software Drug Reax. Dos 117 pacientes do estudo, 63,2% apresentaram interações medicamentosas potenciais nas primeiras 24 horas de internação e 68,4% pacientes em 120 horas. Houve associação estatisticamente significativa entre o número de medicamentos prescritos e a ocorrência de interações medicamentosas nos dois momentos de internação. O estudo demonstrou que a prevalência de interações fármaco-fármaco foi elevada nos hospitais investigados e que a chance de interação aumentou com o número de medicamentos prescritos, número de diagnósticos e idade maior que 60 anos. O conhecimento do mecanismo farmacológico e dos fatores de risco para interações medicamentosas potenciais contribuem para aumentar a segurança e efetividade do tratamento. Para ampliar a segurança da farmacoterapia, é essencial implementar estratégias que auxiliem a equipe de saúde a identificar as interações e implementar medidas de prevenção e monitorização de pacientes em riscos de desenvolver interações medicamentosas. A atuação do farmacêutico clínico na unidade de terapia intensiva é uma ferramenta importante para a prevenção, identificação e monitorização das interações medicamentosas.