Prevalência de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de infecções hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital público no Brasil
Abstract
As Infecções em Serviços de Saúde (ISS) são consideradas problema de saúde pública, causando impacto na morbidade e mortalidade, no tempo de internação, nos custos com procedimentos diagnósticos e terapêuticos, impactando também o paciente, a família e a comunidade. Portanto, esse estudo objetivou-se a identificar prevalência, localização, micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de infecções hospitalares em Unidades de Terapia Intensiva. A população foi constituída por 702 pacientes adultos em tratamento intensivo, de janeiro a dezembro de 2007. A coleta de dados ocorreu a partir de consulta às fichas de busca ativa de infecção hospitalar e preenchimento de formulário. Os dados foram compilados em figuras e tabelas. A infecção hospitalar esteve presente em 202 (28,77%) dos pacientes, predominantemente nos meses de dezembro, outubro, setembro e agosto; 132 (64,1%) foram caracterizados como infecção respiratória. Os principais microrganismos responsáveis por infecções Pseudomonas aeruginosa 33,8% (51), S. aureus 25,2% (38), Acinetobacter sp. 12,6% (19), Enterobacter agglomerans 8,6% (13), Pseudomonas sp. 7,3% (11), E. coli 4,6% (7), Klebsiella pneumoniae 4,6% (7) e Candida sp. 3,3% (5). Os beta-lactâmicos apresentaram alta sensibilidade nos antibiogramas. As dificuldades de prevenção de infecções hospitalares se potencializam no ambiente de terapia intensiva, pelo comprometimento imunológico do paciente, variedade de microrganismos multiresistentes e uso de antimicrobianos de amplo espectro.