Conhecimentos, práticas e percepção de risco do uso de medicamentos no Distrito Federal
Abstract
Este é um estudo transversal realizado em 2008/2009 no Distrito Federal com 997 participantes, que responderam a um questionário estruturado com 27 perguntas. Os entrevistados foram categorizados em cinco grupos: funcionários de drogaria (FD), funcionários de hospital (FH), pacientes de drogaria (PD), pacientes de hospital (PH) e outros. Os entrevistados do grupo FD foram os que mais afirmaram perceber sempre a presença do profissional farmacêutico na drogaria (35%, p<0.001). Somente 28,1% dos respondentes afirmaram saber o que é interação medicamentosa, com frequência maior para FD (p<0,0001) e PH (p=0,0138); destes, 37,3% descreveram corretamente o termo. Mais de 80% dos participantes leem sempre ou às vezes a bula, mas os do grupo PH são os que menos compreendem seu conteúdo. A frequência do uso de medicamentos sem receita médica foi maior entre os FD (p=0,0033) e menor entre os PH (p<0.0001). Os medicamentos considerados de maior risco pelos participantes foram inibidores de apetite, antibióticos e remédios para dormir e mais de 1/3 dos entrevistados consideraram que todos os medicamentos “fazem mal a saúde”. A maioria guarda os medicamentos em gavetas e armários e somente 13% os mantêm fora do alcance de crianças. O estudo sugere que o ambiente, a atividade profissional e a situação socioeconômica afetam as percepções e atitudes com relação ao uso de medicamentos.