Aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Tegumentar Americana na região Noroeste do Estado do Paraná
Abstract
No Estado do Paraná, a primeira notificação de leishmaniose tegumentar americana ocorreu em 1917 e a partir de 1980 observou-se um aumento do número de casos, mantendo-se endêmica e acometendo pessoas de todas as faixas etárias e em ambos os sexos. Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento epidemiológico sobre a ocorrência de LTA em pacientes atendidos no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas da Universidade Estadual de Maringá (LEPAC/UEM). Foi realizado um estudo retrospectivo e descritivo em base de dados secundário de 1986 a 2005, com 1656 pacientes segundo as variáveis: sexo, idade, ocupação, procedência, local de moradia, forma clínica e diagnóstico. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (72,6%) e adquiriu a infecção no Estado do Paraná (97,8%), residia em área urbana (64,3%) dos quais 51,3% adquiriu a infecção durante atividades de lazer. O diagnóstico da maioria dos pacientes foi estabelecido nos dois primeiros meses de evolução das lesões (54,0%) e apresentando a forma cutânea da doença (88,9%). Uma parcela (34,4%) significativa dos pacientes que residiam em área rural adquiriu a infecção no domicílio ou peridomicílio. O estudo mostra a predominância da forma cutânea da leishmaniose tegumentar americana e sugere a atividade de lazer e o ambiente do domicilio como fatores preditivos importantes para a infecção.